Tentei enumerar meus pensamentos e senti vontade de poder lembrar
de todos eles, acho que pensei algumas boas coisas pela manhã.
Mas já faz tanto tempo pra lembrar... deixei-os no ar, pro ar. (...)


sábado, 30 de agosto de 2014

Volta e meia, voltas inteiras... Por onde andava? A sua melhor parte, eu quis dizer, a qual te move. Por que eu espero muito que você ainda lembre das delícias de um caminho. Eu quis dizer, por onde anda a tua alma limpa? Tua alma de criança que é tão ousada quanto inofensiva diante do novo. Por onde anda o teu instinto? Tua habilidade de fazer milagres, de se superar a cada instante? Por anda o teu desejo, tua audácia, por onde anda o teu amor mais bonito por si mesmo? Eu descubro minha melhor parte todos os dias, e a regra é só uma: movimento. Mover-me diante da vida é a minha sensação mais gostosa desse mundo. Mover-me diante do meu desejo é minha vaidade mais pura, mais intensa. É a minha melhor fidelidade, e quanto a isso, não aceito palpites. Eu ando e andando crio meu caminho, somo o que acho bonito no mundo pro meu. Tenho as passagens em mãos, combustível nos pés. Hoje eu escolho o meu destino.

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"— Por que não ter memórias? Os buracos negros, eu quis dizer. Mas fiquei quieto, desejando apenas ter um disco qualquer de cítara tocando para que nesse momento pudéssemos interromper a conversa para prestar atenção num acorde qualquer entre duas cordas, mais um silêncio que um som. Sempre podíamos ouvir a chuva, seu bater compassado na vidraça. Ou acompanhar com os olhos as gotas escorrendo atrás do roxo e do amarelo. De pontos diferentes, às vezes duas gotas deslizavam juntas para encontrarem-se em outro ponto, formando uma terceira gota maior. Mas talvez ele achasse tedioso esse tipo de diversão. —Ter memórias — repeti." Caio F.