Toscana, Roma e Início do Sec XVI
Inicio do sec XVI, "Cinquetento" período mais importante da arte italiana, época de Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo, de Rafael e Ticiano, de Correggio e Giorgione, de Durer e Holbein no Norte. Alta Renascença. O por que de muitos Gênios em um só período? No período de Giotto, havia orgulho e rivalidade entre as cidades, por conta dos artistas que embelezassem seus edifícios. "Competições" do gênero serviram de incentivo aos mestres. Com o tempo os artistas passaram a ser dotados de anatomia. Mas a verdadeira aspiração do arquiteto renascentista ainda era projetar um edifício sem levar em conta o seu uso funcional; simplesmente pela beleza de suas proporções. Papa Júlio II mandou destruir a Basílica de S. Pedro, reconstruir de maneira que desafiasse as tradições. Donato Bramante foi o escolhido. Projetou uma igreja quadrada com capelas simetricamente dispostas em torno de um gigantesco átrio em forma de cruz, A enorme construção absorveu tanto dinheiro que, na tentativa de arrecadar fundos suficientes, o Papa precipitou a crise que culminaria na Reforma. Foi a prática de vender indulgências em troca de contribuições para a construção dessa igreja que levou Lutero, na Alemanha, ao seu primeiro protesto público. Florença, berço de grandes artistas.
Leonardo da Vinci (1452-1519), o mais velho dos famosos mestres, aprendiz numa importante oficina de Florença, a do pintor e escultor Andréa dei Verrocchio (grande conhecedor da anatomia e disposição dos musculos, como se vê em sua obra "Monumento a corleoni"). Com ele Leonardo aprenderia muito. Leonardo fazia esboços e cadernos de apontamentos, escritos e desenhos, rascunhos de livros que Leonardo leu e para livros que tencionava escrever. Para ele a função do artista era explorar o mundo visível, "pouco latim e ainda menos grego". Nada existia na natureza que não despertasse a sua curiosidade. Leonardo explorou os segredos do corpo humano, dissecando mais de trinta cadáveres.Os seus contemporâneos encaravam Leonardo como um ser estranho e misterioso. Nunca publicou seus escritos e raros podem ter sabido de sua existência. Era canhoto e resolvera escrever da direita para a esquerda, pelo que suas notas só podem ser lidas num espelho. É possível que temesse divulgar suas descobertas, com receio de que suas opiniões fossem consideradas heréticas. A ambição de homens como Leonardo consistia em mostrar que a pintura era uma Arte Liberal nem mais nem menos essencial do que o trabalho de escrita na poesia.Costume de começar obras e nao terminar, não entregar até que se sentisse satisfeito.
"Ultima Ceia", esforçara-se por visualizar como teria sido a cena quando o Cristo disse: " 'Em verdade vos digo que um dentre vós me trairá. Cristo acabou de pronunciar as palavras trágicas, e os que estão a seu lado recuam horrorizados ao escutarem a revelação. Judas é o único que não gesticula nem faz perguntas. Existe ordem na divisão dos apostolos, harmonia diante do caos. Imensa análise de Leonardo. Um milagre feito por um gênio Humano.
"Mona Lisa" retrato de uma dama florentina cujo nome era Lisa, parece viva, existe uma sombra de tristeza em seu sorriso. As grandes obras dos mestres italianos do Quattrocento formam figuras parecem algo duras, quase de madeira. Em Cinquetecento isso mudou, e Leonardo mostrou que o pintor deve deixar ao espectador algo para adivinhar. Aquilo a que chamamos expressão repousa principalmente em duas características: os cantos da boca e os cantos dos olhos. Partes as que Leonardo deixou deliberadamente indistintas, esfumassadas suavemente. Leonardo era paciente na observação da natureza, porém não era seu escravo. Muitos séculos antes, as pessoas tinham olhado para retratos com reverência por pensarem que, ao ser preservada a imagem real, o artista podia de algum modo preservar a alma da pessoa por ele retratada. Agora, o grande cientista, Leonardo, tinha convertido em realidade alguns dos sonhos e temores desses primeiros fazedores de imagens.
Miguel Ângelo Buonarroti (1475-1564). Miguel Ângelo era 23 anos mais jovem do aprendiz durante três anos na atarefada oficina do pintor Domenico Ghirlandajo (1449-94). Ghirlandajo foi um daqueles mestres cujas obras nos comprazem mais pelo modo como espelham a vida colorida do períododo que pela grandeza de seu gênio.Miguel Ângelo não gostou do tempo que passou na firma desse bem-sucedido pintor. Suas idéias sobre arte eram muito diferentes.Dedicou-se ao estudo da obra dos grandes mestres do passado, de Giotto,representar a beleza do corpo humano em movimento, com todos os seus músculos e tendões. Fez suas próprias pesquisas de anatomia humana, dissecou cadáveres e desenhou de modelos, até que a figura humana deixou de ter para ele quaisquer segredos. Mas, ao contrário de Leonardo, para quem o homem era apenas um dos muitos e fascinantes enigmas da natureza, Miguel Ângelo empenhouse com incrível obstinação de propósito em dominar esse problema, mas dominá-lo a fundo.A cidade de Florença encomendou a ele e a Leonardo que cada um pintasse um episódio da história florentina numa parede da Câmara dos Vereadores. As obras nunca foram concluídas. Michelangelo foi chamado pelo O Papa Júlio II para erigir seu túmulo. Fez também o Teto da capela Capela Sistina, desenhando o corpo humano em qualquer posição e de qualquer ângulo. Insuperavel ao retratar o nu e termos biblicos. Criação de Adão deitado no chão e sendo chamado à vida por um simples toque da mão de Deus, simplicidade e forca toque da Mão Divina o centro e o foco do quadro. Enquanto que no "Adão" Miguel Ângelo descrevera o momento em que a vida é insuflada no belo corpo de um vigoroso jovem, agora, no "Escravo Agonizante", escolheu o momento em que a vida está prestes a esvair-se e o corpo cede às leis da matéria morta. Parece mover-se e, no entanto, permanece em repouso. Ao esculpir queria remover a pedra que as cobriam as imagens. Devido a sua fama e outros trabalhos, nunca lhe era consentido completar o sonho de sua juventude: o túmulo de Júlio I I. Recusado pagamento por sua última grande obra, que o ocupou na velhice: a conclusãoda obra de seu inimigo de outrora, Donato Bramante — a cúpula de S. Pedro. Enquanto Miguel Ângelo e Leonardo competiam mutuamente em Florença,chegou Rafael Santi, ou Sanzio (1483-1520),
Rafael Santi (1483-1520), seu mestre foi Perugino, mestre em obter uma sensação de profundidade sem perturbar o equilíbrio do desenho, elimininar a aparência rigida das imagens. Ele inventou um tipo de beleza, seus anjos sao parecidos. Quando chegou a Florença, deparou-se com Leonardo e Miguel Ângelo, criando novos padrões artísticos. Estava decidido a aprender. Era de uma paz e doçura. Para muitos, ele é simplesmente o pintor de doces Madonas que se tornaram tão conhecidas que por pouco deixaram de ser apreciadas como pinturas.Pois a visão de Rafael da Virgem Maria foi adotada por gerações subseqüentes do mesmo modo que a concepção de Miguel Ângelo do Deus Pai. "Madonna del Granduca"serviu a incontáveis gerações como modelo de perfeição, à semelhança com a obra de Fídias e Praxíteles.Depois de alguns anos em Florença, Rafael foi para Roma. Júlio II mandou-o decorar paredes de várias salas do Vaticano, as Stanze. Criando entao uma composição equilibrada numa série de afrescos nas paredes e tetos dessas salas. Parte de graciosa melodia. Rafael foi visto como o artista que realizou a perfeita e harmoniosa composição de figuras movimentando-se livremente. Rafael diferente de Leonardo e Miguel, dava-se bem com as pessoas devido as suas qualidades sociáveis.
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