Tentei enumerar meus pensamentos e senti vontade de poder lembrar
de todos eles, acho que pensei algumas boas coisas pela manhã.
Mas já faz tanto tempo pra lembrar... deixei-os no ar, pro ar. (...)


quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ando pensando muito em todas as coisas que eu tenho pra resolver, e eu tenho realmente muita coisa pra fazer. São obrigações e são charadas que meu coração me faz esperando solução. As vezes eu até ouço ele gritar, as vezes ele susurra. As vezes ele tem gosto de 3 da tarde,como quando você sente vontade de comer alguma coisa mas não sabe exatamente o que. As vezes ele se faz noite, se faz dia, me escurece ou me irradia luz. Nessas últimas horas não tenho conseguido me concentrar por completo, talvez nada esteja assim... tão completo.
"— Por que não ter memórias? Os buracos negros, eu quis dizer. Mas fiquei quieto, desejando apenas ter um disco qualquer de cítara tocando para que nesse momento pudéssemos interromper a conversa para prestar atenção num acorde qualquer entre duas cordas, mais um silêncio que um som. Sempre podíamos ouvir a chuva, seu bater compassado na vidraça. Ou acompanhar com os olhos as gotas escorrendo atrás do roxo e do amarelo. De pontos diferentes, às vezes duas gotas deslizavam juntas para encontrarem-se em outro ponto, formando uma terceira gota maior. Mas talvez ele achasse tedioso esse tipo de diversão. —Ter memórias — repeti." Caio F.