de todos eles, acho que pensei algumas boas coisas pela manhã.
Mas já faz tanto tempo pra lembrar... deixei-os no ar, pro ar. (...)
domingo, 17 de novembro de 2013
Dizia em pensamento: algo sempre nos falta... E pensava (em tom baixo pra não assustar): ainda bem. Ainda bem, é... por que é só com ausência que existe o espaço pra algo novo acontecer. Pode parecer confuso pensar que é só pelas brechas que é possível expandir, mas você pode perceber o quão incrível é essa confusão. Incrível pensar que não somos felizes na completude e sim na busca de que cada detalhe seja completo, por que a completude infinita não existe nessa vida. Penso que a felicidade vem com a vontade de que cada detalhe faça sentido. Na natureza o rio que transborda sempre cede a sua água pro solo pra poder ganhar mais água do céu. No humano é a falta que traz o desejo, a fome. O dia cheio traz a falta de tempo... e o tempo sempre traz algo e sempre traz a falta de algo. Pensava e pedia: que algo sempre me falte, mas que o vento verde de esperança que eu resolvi imaginar agora sempre me bagunce os cabelos, trazendo graça pra esse eterno brincar de esconder...
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"— Por que não ter memórias? Os buracos negros, eu quis dizer. Mas fiquei quieto, desejando apenas ter um disco qualquer de cítara tocando para que nesse momento pudéssemos interromper a conversa para prestar atenção num acorde qualquer entre duas cordas, mais um silêncio que um som. Sempre podíamos ouvir a chuva, seu bater compassado na vidraça. Ou acompanhar com os olhos as gotas escorrendo atrás do roxo e do amarelo. De pontos diferentes, às vezes duas gotas deslizavam juntas para encontrarem-se em outro ponto, formando uma terceira gota maior. Mas talvez ele achasse tedioso esse tipo de diversão. —Ter memórias — repeti." Caio F.
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