de todos eles, acho que pensei algumas boas coisas pela manhã.
Mas já faz tanto tempo pra lembrar... deixei-os no ar, pro ar. (...)
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Aprendi rápido como dar nó nos meus calçados. E eu até me sentia orgulhosa por isso. Gosto de independência sempre fez com que me sentisse assim. Hoje ta chovendo aqui. O dia todo pinguinhos de água caíram do céu, meio acanhados. Eles vão e voltam. Parecem indecisos. Conversei com alguns deles e a notícia é que o clima está perturbado no céu. Alguns pinguinhos querem vir logo pra terra, por que sabe que a terra precisa deles. Alguns, já se posicionam à esquerda e dizem precisar ficar. Até ousam argumentar o desleixo do sol, que muito anda preguiçoso e a dias não faz o seu trabalho direito. Viagem ou não, to feito eles. Falta 1 semana pra uma nova rotina começar e volta e meia fico ansiosa com isso. Querendo dias mais corridos, cumprir prazos, o café da faculdade, minhas amigas, almoçar às 16:00 de domingo, minha e só minha casa do meu jeito. Tão como isso é bom e necessário nunca fui muito boa com despedidas. E que dramático da minha parte, afinal, daqui a pouco eu to de volta. Né? Pode ser. Eu aprendi rápido como dar nó nos meus calçados, já te contei? Agora me conta, como faz pra desfazer os nós desse meu chato coração? Ele ta tão apertado hoje.
"— Por que não ter memórias? Os buracos negros, eu quis dizer. Mas fiquei quieto, desejando apenas ter um disco qualquer de cítara tocando para que nesse momento pudéssemos interromper a conversa para prestar atenção num acorde qualquer entre duas cordas, mais um silêncio que um som. Sempre podíamos ouvir a chuva, seu bater compassado na vidraça. Ou acompanhar com os olhos as gotas escorrendo atrás do roxo e do amarelo. De pontos diferentes, às vezes duas gotas deslizavam juntas para encontrarem-se em outro ponto, formando uma terceira gota maior. Mas talvez ele achasse tedioso esse tipo de diversão. —Ter memórias — repeti." Caio F.