Tentei enumerar meus pensamentos e senti vontade de poder lembrar
de todos eles, acho que pensei algumas boas coisas pela manhã.
Mas já faz tanto tempo pra lembrar... deixei-os no ar, pro ar. (...)


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Hoje é zero hora..."

30 dias antes de uma nova idade. Ainda tenho minhas dúvidas se tudo isso é verdade. Aliás... eu sempre tenho dúvidas. Na verdade muitas delas. Minha única certeza agora é a falta de inspiração, hoje ela me tortura. Silencia. Inferno Atral, 30 dias anteriores ao aniversário de alguém, quando o sol passa pelo mesmo ponto do zodíaco quando ela nasceu, finalizando e iniciando um novo ciclo e uma nova etapa de consciência. É eu sei, talvez essas palavras sejam complicadas, mas eu não conseguiria falar de nada muito estável hoje. Segundo Cid de Oliveira "fins de ciclos são caracterizados por agitação, mudanças, instabilidade e desordem, somadas a instabilidade sobre o futuro que está por vir". Vai ser impossível falar de flores.  


"De repente as coisas não precisam mais fazer sen­tido. Satisfaço-me em ser. Tu és? Tenho certeza que sim. O não sentido das coisas me faz ter um sorriso de complacência. De certo tudo deve estar sendo o que é.Hoje está um dia de nada. Hoje é zero hora." Clarice Lispector
"— Por que não ter memórias? Os buracos negros, eu quis dizer. Mas fiquei quieto, desejando apenas ter um disco qualquer de cítara tocando para que nesse momento pudéssemos interromper a conversa para prestar atenção num acorde qualquer entre duas cordas, mais um silêncio que um som. Sempre podíamos ouvir a chuva, seu bater compassado na vidraça. Ou acompanhar com os olhos as gotas escorrendo atrás do roxo e do amarelo. De pontos diferentes, às vezes duas gotas deslizavam juntas para encontrarem-se em outro ponto, formando uma terceira gota maior. Mas talvez ele achasse tedioso esse tipo de diversão. —Ter memórias — repeti." Caio F.